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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Comunicado IMPORTANTE



Estou mudando o blog de plataforma, agora vou utilizar o Wordpress, por enquanto vou deixar este aqui ativo, mas se quiser continuar me acompanhando, segue o novo endereçohttps://arenatasato.wordpress.com/

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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Hibisco Roxo de Chimamanda Ngozi Adichie

Hibisco Roxo é o segundo livro da Chimamanda que eu leio, o primeiro foi Americanah, e mais uma vez a escrita da autora me encantou. A história é riquíssima, e vai além de uma ficção nigeriana, os aspectos culturais e as críticas envolvidas que nos fazem refletir sobre tantas coisas...
Nesse livro conhecemos uma família Nigeriana muito rica. Kambili é a filha mais nova, e apesar de ser uma adolescente, devido a superproteção do pai, tive a impressão de estar acompanhando uma criança ingênua. 
"Para sentou-se à mesa e encheu uma xícara usando o serviço de chá de porcelana com flores cor-de-rosa nas bordas. Esperei que ele oferecesse um gole para mim e outro para Jaja, como sempre fazia. Um gole de amor, era como Papa chamava aquilo, pois a gente divide as pequenas coisas que amamos (...). O chá estava sempre muito quente, sempre queimava minha língua (...) mas não tinha importância, pois eu sabia que quando o chá queimava minha língua, ele estava queimando o amor de Papa em mim". (p. 14) 
Jaja é o irmão mais velho, seguia tudo como a irmã, até chegar um momento em que começa a se questionar e se revoltar contra aquilo que era forçado a fazer. E o início do livro se dá exatamente em um desses momentos críticos, pois Jaja havia se recusado de receber a hóstia. Em vários momentos desejei ler o livro por meio do ponto de vista dele.

O pai, católico convicto, abolia qualquer outra coisa que considerasse pagã ou errado aos seus princípios, mesmo que isso significasse castigar a família caso esses descumprissem suas regras. Fica muito evidente os efeitos da colonização branca, principalmente, nesse caso, o da religião. Tudo o que fosse mais parecido com os costumes dos brancos, ele considerava superior, e dessa forma, um padre europeu era sua grande admiração.

A mãe é uma mulher que o tempo todo parece ficar à sombra do marido. Não falava muito, apenas dizia as frases adequada aos momentos. E apesar de todo o contexto de abuso, era "grata" ao marido que mesmo tempo oportunidades, não a traia com outras mulheres.

Em contraste à essa família, somos apresentados a outros personagens, como a irmã do pai, a tia Ifeoma e seus filhos. Amaka, a filha, diferente da prima Kambili (apesar da mesma idade praticamente), era uma garota questionadora e cheia de críticas e perguntas. Ela sem dúvidas e minha personagem preferida, ainda que inicialmente não tenha gostado da atitude dela.
Eu ri. O som foi esquisito, como se eu estivesse ouvindo a risada de um estranho numa gravação. Acho que nunca tinha me ouvido rir antes. (p. 191)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Compensa criar um blog literário em 2019? Parte IV

Para finalizar nossa série de posts sobre os blogs literários, busquei saber das pessoas a opinião delas acerca do assunto, afinal, de nada serve nós escrevermos, se não tem quem nos lê. E foi muito interessante a experiência (nunca tinha feito nada parecido), pois obtive também várias dicas que vou compartilhar com vocês. Utilizei formulários e a enquete do instagram.

Existe um número razoável de leitores de blogs, mas especificamente de blogs literários, o número dá uma caída. Observando apenas o resultado do formulário, das pessoas que responderam, apenas 45,5% leem blogs literários.
Porém dessas, 70% acredita que os blogs ainda tem futuro. A maioria acrescenta que, desde que se associem a algum outro tipo de rede social e que não possuem o mesmo alcance e visibilidade destas. Sendo importante os blogs fazerem algumas modificações para que chamem atenção.
"Seguindo o modelo atual, não. Acredito que há formas de se reinventar e esse seria o caminho para não perder espaço para outras redes sociais. Uma forma de garantir o acesso das pessoas nos blogs é usar as outras redes sociais como aliadas dos blogs. Os amantes de livros sempre vão buscar por esses conteúdos, só precisamos despertar o interesse pela leitura em mais pessoas."
Uma resposta que chamou atenção foi uma que dizia que os blogs são mais abrangentes, enquanto determinadas "redes sociais são cansativas por sempre falarem em "massa" de um mesmo assunto".
Ai está algo para a gente pensar...

No instagram, as respostas foram parecidas. Também foi sugerido atualizar para novas plataformas e utilizar outras redes sociais. Como tudo, as coisas vão se atualizando e se não acompanhar, fica obsoleto. Mas acho que a essência dos blogs permanecem, acho que está voltando um pouco daquilo que era no início, algo mais pessoal, afinal os blogs surgem como diários onlines.

Me conta o que você acha sobre o assunto. Vou gostar de saber!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Compensa criar um blog literário em 2019? Parte III

Como tinha dividido o post anterior, aqui estou com o restante das respostas.

O blog O Senhor dos Livros foi criado por Viviane, uma designer apaixonada por livros físicos.
LP: Você acha que compensa ou não criar um blog em 2019?
Vivi:Senhor dos Livros nasceu da necessidade que eu tinha de ter um cantinho pra registrar minhas memórias literárias, como um diário mesmo, então o primeiro passo pra um blog valer a pena é você tê-lo porque realmente gosta, faça primeiro pra você e depois para os seguidores. Isso evita que fique desmotivado e que faça cobranças demais para cumprir prazos e cronogramas.
O segundo passo para valer a pena seu blog é ter um conteúdo que você domine, pesquise, leia, converse, assista vídeos, aulas, seja curioso sobre aquilo que você quer escrever, quanto mais seu conteúdo for confiável, melhor será a resposta dos seguidores, afinal, as pessoas não vão dar crédito a alguém que só replica o que vê por aí, valorize sua opinião, seja original e não faça cópias nunca.
O terceiro grande passo para valer a pena ter um blog é não ter vergonha de ter um blog! Isso mesmo, muita gente cria o seu espaço e fica com vergonha de divulgar para a família e amigos, vive como um anônimo na internet e espera bombar de audiência em 6 meses... Vamos ser sensatos, isso não vai acontecer, primeiro você divulga pra quem conhece, eles vão confiar nas suas opiniões e talvez acessar só pela amizade {acontece mesmo hahaha} e vão indicar quando encontrarem com pessoas que tenham gostos comuns com o seu, essa será sua melhor propaganda. Então não tenha vergonha do seu espaço, conte até para as tias e avós!
Dito isso, eu finalizo dizendo que, mesmo que as redes sociais tenham uma enorme força atualmente elas não substituem um blog, pela simples razão de que, um post ou um tweet se perde facilmente na nuvem, mas uma postagem no seu blog ficará disponível para acesso através, não só do link, como da busca do google enquanto você deixar seu blog no ar. Suas palavras poderão ser pesquisadas por qualquer pessoa no mundo e lidas pelo tradutor do próprio site.
Eu mantenho redes sociais, mas não abro mão do meu blog. Sabendo trabalhar o potencial de cada uma dessas redes você só valoriza ainda mais seu espaço."

Michelle Trevisani é a criadora do blog Livro doce Livro, ama livro de finais felizes e também arrisca de poeta.
LP: Você acha que compensa ou não criar um blog em 2019?
Michelle: Faz muito tempo que tenho blog literário. Sempre fiz por prazer, porque gosto de ler e mostrar as impressões do que leio para outras pessoas. Eu sempre fui de ler resenhas de livros que estou afim de comprar antes de fazê-lo e isso me empolga ou não antes de uma compra. Já deixei de comprar muitos livros por ler algumas resenhas ruins sobre ele e já comprei livros ótimos acreditando no entusiasmo de resenhas incríveis. Então penso que se eu faço isso, pesquisar antes de comprar, outras pessoas também fazem.
No começo eu só fazia por prazer mesmo. Mas daí descobri que é possível ser parceira de algumas editoras e receber livros para resenhar. Algumas pessoas inclusive até ganham para isso. Mas eu por enquanto só me inscrevi em algumas parcerias para receber livros de graça e em troca dar minha opinião sobre eles. Para eu que compro muitos livros, se tornou uma ideia interessante, já que eu já fazia as resenhas mesmo e agora estaria ganhando livros para isso. Nem sempre é tão delicioso quanto parece. Há prazos, às vezes a leitura tem que ser mais acelerada, ou às vezes nos deparamos com um livro que não nos agrada, mas que é preciso ler até o fim para poder entregar a resenha depois (sou muito comprometida com o que me proponho em fazer). 
Enfim, acredito que sim, é bacana começar essa aventura que é ter um blog. Mas isso tem que te dar prazer, e você precisa colocar os seus limites, para que não fique um trabalho tedioso e frustrante. Eu amo o meu cafofo, e fico super feliz quando alguém vem me contar que só comprou um livro por conta de uma de minhas resenhas, que vem sempre dar uma conferida no que há de novo em lançamentos e dicas.

Na próxima sexta-feira, terá um bônus sobre o assunto, e caso queira deixar sua opinião, também será muito bem-vinda!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Compensa criar um blog literário em 2019? Parte II

No post anterior eu te contei um pouquinho sobre o mundo dos blogs literários e prometi que traria algumas blogueiras para responder a tão requisitada pergunta: Enfim, compensa criar um blog literário em 2019? E aqui estou com as respostas. Antes, queria dizer que todas as blogueiras que convidei para participar, são pessoas que eu acompanho e gosto muito do conteúdo, e deixo os meus sinceros agradecimentos por terem sido tão gentis em responderem. 

A Vicky Doretto é formada em Letras e criou o blog Doki Doki há quase dez anos! No blog, escreve sobre literatura e doramas, e o significado do nome do blog é muito fofo.
LP: Você acha que compensa ou não criar um blog em 2019?
Vic: Eu acho que compensa começar um blog hoje se a pessoa estiver empenhada e for consistente com o que quiser postar nesse blog. Ter um blog sempre é uma forma de se conectar com outras pessoas através das nossas opiniões e a troca pode ser muito construtiva, mas temos centenas de blogs dos mesmos temas, então se não for para ser feito com esmero, empenho, dedicação e tempo... vira só mais um no meio de tantos.

A Michelly, depois de um momento de mudança e reflexões, criou o blog Mais Uma Página e desde então vem estudando teoria literária por conta própria! (eu admiro essa disciplina!)

LP: Você acha que compensa ou não criar um blog em 2019?
Michelly: Eu acredito que compensa criar um blog por dois motivos. O primeiro é no caso de você querer dividir sua opinião sobre algum assunto com alguém e não ter muita aptidão para vídeos. Ao contrário do que pensamos, as pessoas ainda leem blogs. Tem gente que até prefere!
Recentemente fiz uma enquete no meu Instagram perguntando se os meus seguidores preferiam conteúdo em vídeo ou texto. Pensei que vídeo teria a maioria esmagadora, mas não foi bem assim! Vídeo ganhou sim, mas a  diferença de votos não foi tão grande (58% vídeo, 42% texto), e algumas pessoas vieram me dizer, inclusive, que só consumiam conteúdo sobre livros através de blogs.
E esse dado que coletei também corrobora com o segundo motivo, que é de cunho profissional. Se você tem intenção de transformar seu blog num trabalho, é importante que você tenha conteúdo diversificado em todas as mídias. Nesse caso  eu acredito que o grande público iria preferir vídeos, mas como vimos, sempre terá aqueles que gostam mais de blogs. Então é interessante, mesmo que você tenha um canal ou um Instagram, que você também faça conteúdo em texto. Dessa forma você atinge vários tipos de público.
No mais, acredito que tudo o que é feito com carinho e responsabilidade, dá certo. Por mais que o "boom" dos blogs tenha sido há anos atrás, as pessoas sempre estarão em busca de informação. E se alguém se deparar com um blog que confia, com certeza vai passar a frequentar. Tem espaço pra todo mundo.


A Luana criou o blog Memorialices - (acho esse nome uma graça) - para compartilhar suas excentricidade, potterhead e fã de Alice no País das Maravilhas, compartilhamos, além dos livros, a paixão pela psicologia.

LP: Você acha que compensa ou não criar um blog em 2019?
Luana: Então, eu criei o meu blog em 2014, e mesmo lá naquela época os blogs já estavam muito alta e, bom... meio que perdendo espaço para o YouTube. Mas mesmo assim não me importei porque meu objetivo inicial era só ter um espaço para escrever qualquer coisa. Com o tempo eu percebi que amava escrever sobre livros. Em 2017 consegui minha primeira parceria com uma editora (a DarkSide Books), mas o blog continuava sendo um espaço só meu. Não é minha fonte de renda e, agora com o canal, eu percebo ainda mais o quão difícil é atrair público para um blog/canal literário, pois no Brasil ainda tem muita gente que não lê nada.
Independente de qualquer coisa, eu me sinto muito feliz falando de livros. Sendo para um público menor ou não, é o que eu sinto que tenho que fazer e que me faz feliz. Então, sim, acho que ainda compensa criar um blog em 2019, contato que tudo seja feito com o carinho e cuidado necessários para tratar de um assunto tão importante quanto livros.

Na semana que vem eu venho com mais entrevistas, pois achei melhor dividir para o post não ficar tão extenso. E caso queira deixar sua opinião, também será muito bem-vinda!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Compensa criar um blog em 2019? Parte I

Quando eu criei meu primeiro blog (que não foi o LP), por volta de 2012, a maioria dos blogs que bombavam na época estavam relacionados a moda e beleza. Eu só fui ter acesso à internet  -diariamente - na minha adolescência (bem doido pensar nisso), e desde então passei a acompanhar vários blogs. Deixavam eles salvos na barra de favoritos e entrava, religiosamente, todos os dias para ver se tinha alguma postagem nova.

Os blogs literários ainda não são tão conhecidos quanto os de lifestyle ou entretenimento, mas hoje temos grandes blogueir@s falando sobre livros, o que é algo muito positivo. Mas com todo esse crescimento muitas polêmicas foram formadas, pois os blogs passaram a ser fonte de renda de muitas pessoas, isso sem ser reconhecido "oficialmente" como uma profissão.

Um ponto que temos que considerar, é o fato de com o avanço da tecnologia, as coisas acontecem muito rápido, e como diz a jornalista e doutora em Comunicação e Práticas do Consumo, Dorama de Miranda Carvalho, em seu trabalho apresentado no GP Produção Editorial, do XVII Encontro dos Grupos de Pesquisa em Comunicação em 2017, "abriram-se novos campos de atuação e divulgação de escritores e gêneros literários, com uma configuração que atrai novos públicos ou democratiza o acesso à obras". E assim como a televisão já foi considerada ameaça para a leitura, a internet também vem sendo, e com os blogs pode-se perceber que é possível integrar, assim como se discute a tecnologia na sala de aula. 

Quando os blogs eram apenas um "diário pessoal" não incomodavam, mas no momento em que tomou uma maior proporção e muit@s blogueir@s começaram a se destacar e receber pelo seu trabalho de divulgar o livro e dar opiniões sobre a leitura, os críticos literários começaram a se sentir ameaçados - não julgo essa reação - mas sou do ponto de vista que os blogueiros não vieram para tomar o lugar de nenhum especialista em crítica literária.

Acredito que o nome "resenha" se popularizou, mas não significa que seja a "resenha literária propriamente dita", pois para isso sabemos que é necessário uma formação técnica. E o que se percebe também é que os leitores de blogs, são um público mais popular, geralmente formado por pessoas jovens, muitos sem formação superior, ou de diversas áreas. Um exemplo pessoal, passei a me interessar em ler crítica literária mais recentemente, e devo muito isso ao blog, que foi despertando o desejo de conhecer e aprender cada vez mais sobre esse universo.

Hoje não existe apenas blogs, mas vários outros canais que tem o mesmo objetivo de compartilhar essa paixão pelos livros (só não estou citando eles porque quis ser mais específica). E ao menos para mim, muitas vezes acompanho blogs nem sempre por causa da "resenha", mas também para saber mais sobre os hábitos envolvidos nessa arte de ler e tudo mais o que isso proporciona.

E se você leu até aqui, parabéns! Pois o post ficou bem maior do que eu planejava hahahaha Mas como presente pelo seu esforço, vou te contar uma coisa incrível: nos próximos dias, teremos vááárias blogueiras m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a-s respondendo a pergunta que está no título. Então sugiro ficar de olho para ver a opinião de cada uma delas e de quebra, conhecer o trabalho de cada uma.
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